“O processo só agora começou” – ouviu-se na sala durante uma das intervenções na Assembleia Diocesana Pré-Sinodal. A Comissão Sinodal Diocesana revelou números das respostas enviadas e sublinhou a importância dos processos de participação e escuta.

Partilhar a experiência sinodal vivida na consulta em curso na diocese do Porto foi o principal desafio da Assembleia Diocesana Pré-Sinodal que decorreu no sábado 14 de maio na Casa de Vilar.

A ideia geral que se pode registar deste encontro, a partir dos testemunhos partilhados, foi uma concreta vontade de continuar o processo sinodal.

Na presença do bispo do Porto, D. Manuel Linda, estiveram reunidos mais de duas centenas de diocesanos, representantes de paróquias, de congregações, grupos e movimentos que participaram do processo sinodal proposto e iniciado pelo Papa Francisco em outubro de 2021.

Numa iniciativa organizada pela Comissão Sinodal Diocesana do Porto, esta Assembleia quis dar voz às pessoas que participaram nos encontros sinodais e outras formas de participação. As intervenções foram o grande momento da tarde que começou com uma oração e cânticos de Taizé.

Para enquadrar a sessão de partilha, o coordenador da Comissão Sinodal Diocesana do Porto, Cónego Joaquim Santos, apresentou alguns números e notas sobre o processo de trabalho da Comissão. Agradeceu o trabalho desenvolvido “mesmo aquele que não foi feito”, salientando as vantagens dos encontros sinodais presenciais.

O Cónego Joaquim Santos sublinhou que dar início a processos de participação e escuta é o mais importante, ressaltando que se forem promotores de conflitos, isso até poderá não ser um problema, mas uma oportunidade de caminho a percorrer.

A Comissão Sinodal Diocesana revelou alguns números sobre o processo sinodal: 181 respostas de grupo, enviadas por paróquias, grupos de paróquias, grupos paroquiais que quiseram enviar resposta própria, instituições e comunidades de vida religiosa. Distribuídas da seguinte forma: 20 grupos de paróquias, num total de 84 paróquias; 110 paróquias individuais; 33 respostas de congregações religiosas, movimentos e obras, institutos, secretariados e escolas e 18 grupos paroquiais. A Assembleia foi também informada de que foram recebidas 517 respostas ao questionário de resposta pessoal.

O processo sinodal visto como um forte sinal de esperança e uma porta aberta pela Igreja foi uma das ideias que marcou os testemunhos apresentados. “O processo só agora começou” – ouviu-se na sala durante uma das intervenções.

Criar “espaços inclusivos para descobrir que Cristo ama cada pessoa” foi outra sugestão que se ouviu numa tarde intensa de Assembleia. As partilhas sucederam-se com grande interesse, revelando a criatividade utilizada nas formas de escuta.

Caixas de resposta, inquéritos, encontros, proximidade aos mais afastados, ritmo paroquial ou vicarial e preocupações com o acolhimento foram algumas das várias formas de trabalho utilizadas nesta tarefa de consulta sinodal.

De destacar que em algumas zonas da diocese houve paróquias que conseguiram alargar o processo sinodal ao âmbito civil, incluindo instituições e organizações várias no conjunto de participações.

A Comissão Sinodal Diocesana está a ultimar a síntese das respostas que será entregue à Conferência Episcopal Portuguesa até final do mês de maio.

RS

(Voz Portucalense)