Como concretizar a sinodalidade na vida das comunidades foi pista de reflexão. Escuta, acolhimento, acompanhamento, liderança partilhada, formação e hábitos de avaliação foram algumas das sugestões, assim como, um novo encontro para 2026. Mas não foi anunciado qualquer processo de acompanhamento nem qual a função das comissões sinodais diocesanas nesta fase.
Em Fátima, no Centro Paulo VI, decorreu no sábado 11 de janeiro um Encontro Sinodal nacional, promovido pela Conferência Episcopal Portuguesa (CEP). onde estiveram presentes cerca de 300 participantes das dioceses de Portugal. Foram divididos em 36 grupos que mantiveram encontros ao longo do dia.

A iniciativa teve como objetivo refletir sobre o Documento Final da XVI Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos e sobre a sua aplicação prática nas comunidades, refere a Agência Ecclesia. Destinado aos membros das comissões sinodais diocesanas e dos conselhos pastorais de cada diocese, este encontro contou também com a presença dos bispos de Portugal.
Refletir em grupo e partilhar
Este evento sinodal foi organizado pela Equipa Sinodal da CEP que lançou um apelo à construção de uma nova cultura de inclusão e avaliação nas comunidades católicas.
“Criar espaços específicos para ouvir todas as pessoas, especialmente, as pessoas com deficiência e os grupos marginalizados” foi uma das propostas deixadas na apresentação a cargo de Carmo Rodeia, da Diocese de Angra, e do padre Eduardo Duque, da Arquidiocese de Braga, ambos membros da Equipa Sinodal, sublinha a Agência Ecclesia.

Os participantes neste encontro foram convidados a refletir em grupo e a partilhar em plenário ressonâncias do Documento Final do Sínodo. Durante a tarde, tentando seguir o ritmo da conversação no Espírito, o trabalho foi responder à questão: Como concretizar a sinodalidade na vida das comunidades?
Segundo informa a Agência Ecclesia, os vários grupos deixaram sugestões tais como a de alargar os espaços de escuta e participação que visem uma “liderança partilhada, próxima e criativa”. Destacaram também a dinamização dos conselhos pastorais como forma de “potenciar as estruturas de sinodalidade existentes”, dando maior representatividade aos vários membros da comunidade.
Os grupos apontaram também as áreas do acompanhamento e acolhimento como prioridades para as comunidades católicas, pedindo ainda mudanças nos “modelos de formação”, em particular nos seminários. Especial referência à valorização do método sinodal, em particular, a “conversação no Espírito” nos vários níveis da vida da Igreja.

O Encontro Sinodal destacou a necessidade de “criar hábitos sistemáticos de avaliação nas comunidades”, com a ajuda de grupos de trabalho, para superar a “pastoral de manutenção”. A valorização das famílias e a criação de “novas formas de agir” foram outras das medidas de “concretização” da sinodalidade.
O discurso de abertura foi feito por D. José Ornelas, presidente da CEP. “Este documento pode e deve mudar as nossas comunidades, mudar a vida da nossa Igreja em Portugal e no mundo”, referiu o bispo de Leiria-Fátima, na abertura dos trabalhos.
O encontro foi encerrado por D. Virgílio Antunes, vice-presidente da CEP, que destacou o grande número de participantes no evento. “Para mim, para todos, é um sinal evidente de que estamos desejosos de dar continuidade a este processo de sinodalidade e que percebemos o seu alcance”, referiu o bispo de Coimbra.
No final foi sugerido que este encontro nacional se repita em 2026, assinala a Agência Ecclesia. No entanto, não foi anunciado qualquer processo de acompanhamento nem qual a função das comissões sinodais diocesanas nesta fase.
RS
